16ª Mini-Jornada da Família
"O
consumismo material e a educação familiar"
ARTIGOS E MENSAGENS
Supérfluo e
Necessário II
Dia desses lemos
num jornal de grande circulação o artigo de um professor de
economia, que nos chamou atenção pela lógica e beleza da
argumentação. Em seu texto, o economista traça algumas
objeções à intenção de parlamentares que defendem o aumento
de impostos sobre produtos ditos supérfluos. E o professor
inicia seu texto da seguinte forma:
"A felicidade está nas emoções e nos relacionamentos, e não
nas coisas. As coisas não têm valor em si mesmas; elas só
valem pela capacidade de satisfazer alguma necessidade vital
ou para permitir a expressão de um sentimento ou emoção.
O alimento vale porque mata a fome; a roupa, porque abriga o
corpo; a cama, porque propicia o repouso. Essas são, todas,
necessidades vitais, sem as quais o corpo físico perece.
Já uma música vale pela sensação de êxtase; um romance, pelo
prazer da leitura; uma comédia, pela alegria do riso. Essas
são emoções da mente, do espírito ou da alma. Sem elas, o
corpo não fenece, mas o ser humano se entristece.
Há produtos que atendem às duas necessidades: a vital e a
emocional.
Quando alguém compra uma roupa bonita, ela abriga o corpo,
mas também permite o exercício da vaidade, cumprindo, assim,
as duas funções.
Volta e meia retornam as propostas de tributar, com altas
taxas, os chamados 'bens supérfluos', entendendo como tais
aqueles de que o ser humano não precisa para manter-se vivo
e que, portanto, deveriam sofrer pesada tributação."
Entre outros argumentos, muito lógicos e coerentes, o
economista acrescenta:
"Esse seria um imposto da raiva, ou seja, ao verem as
pessoas comprando bens e serviços que, a juízo de alguns,
são chamados supérfluos, porque não são destinados à
manutenção da vida do corpo físico, resolvem que eles devem
ter pesada carga tributária."
Outro "equívoco é que tal visão do que seja um bem supérfluo
é pequena, mesquinha e reducionista do que seja a vida na
terra.
O ser humano não é um animal sem consciência, sem desejos,
sem vontades, sem emoções, sem um código de ética, sem
sentimentos, sem espírito e sem alma. Para os ateus, pode
até ser sem espírito e sem alma, mas as demais
características estão presentes na personalidade desse ser
único.
Os bens necessários à manutenção da vida, como alimento,
roupa e abrigo, não são os únicos para a realização da
condição humana. A beleza desse animal racional está
precisamente na grande variedade de aspectos, na
complexidade desse ser e nas diferentes formas de viver e de
ver a vida. É uma atitude de arrogância e prepotência querer
atribuir, a quem quer que seja, a condição de julgar e
concluir o que é e o que não é produto supérfluo. Ninguém
tem condição de ser árbitro das necessidades e dos produtos
que fazem outrem feliz."
A respeito do necessário e do supérfluo, Allan Kardec fez o
seguinte comentário, em "O Livro dos Espíritos":
"Nada tem de absoluto o limite entre o necessário e o
supérfluo. A civilização criou necessidades que o selvagem
desconhece." E não se pretende "que o homem civilizado deva
viver como o selvagem. Tudo é relativo, cabendo à razão
regrar as coisas. A civilização desenvolve o senso moral e,
ao mesmo tempo, o sentimento de caridade, que leva os homens
a se prestarem mútuo apoio. Os que vivem à custa das
privações dos outros exploram, em seu proveito, os
benefícios da civilização. E têm dela apenas o verniz, como
muitos há que da religião só têm a máscara.".
Redação do Momento Espírita
Fonte:
http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=1693
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