14ª Mini-Jornada da Família "Violência familiar e a desestruturação do jovem" ARTIGOS E MENSAGENS Violência e criminalidade sob a ótica do direito e do Espiritismo André Sardinha A criminalidade tem estreita relação com a falta de uma educação eficiente que possa proporcionar melhores condições aos indivíduos através de oportunidades que possam estabelecer para os mesmos um bom lugar no mercado de trabalho e renda condizente com as suas necessidades. Quanto mais um local é desenvolvido economicamente, desde que a distribuição das oportunidades e das rendas sejam igualitárias e justas, menor é o índice de criminalidade. São o que podemos conceituar como crimes sociais, diferentes daqueles que são cometidos por meio de paixões humanas ainda não bem controladas em decorrência de más inclinações que estão presentes nos espíritos de alguns. O que se tem visto comumente acontecer em diversas regiões do país está relacionado a questões de cunho social, e devem ser considerados como razão para um raciocínio acerca de medidas eficazes para evitar essas ações, sempre tendo como norte a questão do ensino e da oportunidade. Não podemos simplesmente isolar determinadas pessoas e acreditar que assim estaremos protegidos de suas ações. O que se dever ter em mente é que o momento de reclusão daquele que transgrediu a lei deve ser visto como uma valiosa oportunidade de trabalhar em prol de sua melhora como individuo que deve viver em sociedade de forma saudável para si e para os outros. Infelizmente vemos que a maioria das pessoas envolvidas com a questão de segurança pública, mas precisamente no campos das ações, agem com ardor na repressão, mas com pouco ou quase nenhum interesse na prevenção e na reeducação dos indivíduos ditos como criminosos. A criminalidade faz parte das provações que todo ser tem que passar para superar o que tange as questões que envolvem a sua atitude em prol do bem para com o próximo. Penso que o exemplo do que é certo ou não deve ter como ponto de partida o ambiente familiar e o comportamento daqueles que dirigem a nação. Quantas vezes ao andar pela rua não nos deparamos com jovens usando drogas em um comportamento de vício e de ociosidade em prejuízo de si próprio e da sociedade. Infelizmente a estrutura emocional de nossos jovens está em crescente desequilíbrio, efeito de uma sociedade extremamente exigente com os seus integrantes. Vivemos em um novo mercado de consumo e de trabalho que a cada dia exige mais das pessoas, porém sempre por meio do pagamento de um preço. Poucos são aqueles que podem arcar com o que novo mercado cobra para uma falsa respeitabilidade. Porém, a vida que este mercado estabelece exige um pagamento caro, sendo certo que muitos jovens, principalmente aqueles ainda em formação quanto a sua personalidade e caráter, desejam e sonham integrarem essa elite. A busca pela calma do espírito por vezes vem pelo erro de tentar encontrar nas drogas algum amparo, que muitas vezes falta no âmbito familiar, que pelo contrário estabelece uma série de cobranças e exigências. Na criminalidade os jovens buscam a formação de um patrimônio rápido, para saciar suas paixões e vícios. O tráfico ilícito de drogas é para muitos uma atividade comercial que visa o lucro rápido e fácil, mesmo com os riscos existentes. A exigência em excesso sob os nossos jovens e a falta de estrutura e oportunidade para todos, tem causando sérios danos as novas gerações e a toda sociedade. A reencarnação é valioso instrumento para a superação de novas faltas e para modificação de nosso caráter. Entretanto todos nós ainda carregamos em nossos espíritos más inclinações de outras vidas, com paixões e vícios ainda não sanados de todo, sendo a reencarnação o caminho para tal fim. Porém o espírito em sua nova roupagem nem sempre encontra meios mais seguros e saudáveis para a superação de seus defeitos, até como caminho necessário para seus objetivos. Por isso todos nós somos responsáveis em proporcionar em nosso meio e ao redor um ambiente propício para o desenvolvimento do caráter e a superação de paixões e vícios por nós mesmos e pelos nossos irmãos de jornada. É preciso acreditar e ter fé em si mesmo e no próximo, pois a boa vontade é energia renovadora. Viver em isolamento não trará à ninguém a tão almejada segurança, pelo contrário, a pessoa será obrigada a viver presa em seu pequeno mundo, pagando uma pena por crime que nem sequer cometeu, porém tem sido participe por covardia e omissão. É essencial que a sociedade se entenda, especialmente por meio da fé, da colaboração e respeito mútuo, reconhecendo no outro uma pessoa como você que possui qualidades e defeitos e que busca por meio da presente reencarnação a redenção e a felicidade futura e duradora, com a ideia de que é essencial a prática constante do amor e da caridade. Infelizmente a mídia coloca em destaque as ações daqueles indivíduos que cometeram crimes hediondos e atrozes, mas que de fato representam uma parcela mínima da população, inclusive daquela que transgride a lei penal. Estes são aqueles que trazem já no seu DNA espiritual a inclinação para a prática de maldades que estarrecem muitos, são voltados para um lado da vida que não se harmonia com a atual evolução da terra. Agem como se estivessem em outras eras da antiguidade, como se a sua ação não causasse escândalo para os demais indivíduos. Estão presos a atitudes que não se harmonizam com os ensinamentos de Jesus, pois andam e agem na contra mão das suas valiosas lições. Se rebelaram contra Deus pelos mais diversos motivos e não conseguem retornar ao caminho do bem senão por sucessivas reencarnações em que o sofrimento e a dor apenas se acentua, embora até que a consciência desperte não tenham exatamente essa noção. A psicopatia de alguns indivíduos tem se mostrado uma difícil provação para a humanidade, porém neste solo gentil é que a oportunidade se faz presente para estes seres e para que aqueles que não estão no mesmo caminho reforcem seus princípios morais. Não podemos atribuir tal problema de caráter a todos aqueles que estão envolvidos com a questão da sociedade com a criminalidade. Neste caso estaremos agindo com grave injustiça, ao tratar de forma igual pessoas completamente desiguais em caráter e em histórico. A lei estabelece condições para que cada um sofra a pena de acordo com a sua culpabilidade, personalidade e gravidade da conduta, sendo que o cumprimento da reprimenda se dará de forma progressiva, visando a sua reinserção no seio da sociedade. Acredito que atualmente o requisito mais importante para que determinada pessoa retorne ao convívio social é aquele denominado subjetivo, que tem relação com a sua personalidade e caráter. Neste aspecto dois fatores são essenciais, a vontade do individuo de mudar o seu comportamento e a ação do Estado em possibilitar que tal fato possa ocorrer, oferecendo condições materiais e morais. Infelizmente o que se tem assistido na maioria das vezes é que o Estado exige do apenado uma mudança de comportamento, sem no entanto fornecer meios para que isso seja possível, através de estabelecimentos penais adequados, administração ética e eficiente, com exemplos de boa conduta, fornecendo educação e meios de se obter trabalho honesto e lícito. Desta forma o exame criminológico que o individuo precisa em alguns casos ser submetido deve considerar não apenas a personalidade do mesmo, mas o ambiente em que pena vem sendo cumprida, pois os estabelecidos podem estar sendo mais prejudiciais do que benéficos. Seja como for, a questão é difícil, sendo indispensável que todos participem ativamente do assunto, pois a omissão traz resultados negativos, já que aquele individuo não recuperado colocado em liberdade será o mesmo que poderá ser nosso algoz no futuro. No mesmo sentido, a oportunidade do Estado e da sociedade de recuperar o apenado por meio do cumprimento de pena restritiva de liberdade não aproveitada a contento, será ato que irá corroborar com a criminalidade, mantendo nos estabelecimentos penais universidades do crime e não clinicas para tratamento do corpo e do espírito. A sociedade e o Estado têm pago um preso caro por anos de omissão e ineficiência na educação e na colaboração mútua entre as pessoas para que uma sociedade de fato segura e justa surja. Não sou pessimista, pelo contrário, a humanidade tem com o tempo evoluído muito no campo da justiça social, embora por meio de muita dor. Vivemos um momento de profunda transformação da terra, sendo indispensável que todos nós repensemos nossas atitudes em prol do próximo, afastando de si o grave erro da individualidade orgulhosa, inclusive por meio de um poder tirânico, imoral e covarde. Vamos olhar para o próximo com mais compaixão e caridade, sob o prisma de que todos nós estamos em uma jornada evolutiva, não sendo possível que sejamos julgadores tiranos sob pena de sermos julgados amanhã com a mesma severidade. Alguns pensarão que entendo que devemos conviver com os criminosos, não é isso que penso, mas também não acredito que ignorando ou nos afastando deles conseguiremos uma sociedade mais segura. Acredito que devemos nos voltar mais para as nossas crianças e jovens, no sentido de propiciar uma formação segura e saudável, com princípios humanos e morais mais sólidos. Ao mesmo tempo não abandonar ou se omitir com aqueles que infringem a lei, mas buscar meios de auxilia-los, como forma de colaborar para a formação de uma sociedade melhor, sobretudo mais caridosa. Importante evitar impor sobre o outro exigências e expectativas excessivas e materiais, quando a edificação do espírito para um caminho evolutivo salutar é mais seguro e importante para todos, como meio inevitável para uma felicidade e paz duradoras. Muitos daqueles indivíduos que não conseguem alterar má inclinações enraizadas no seu ser espiritual, com condutas voltadas unicamente para a prática de maldade, não encontrarão no futuro próximo ambiente suscetível na terra para a reencarnação. Mas para que isso ocorra a nossa participação é fundamental, pois somente com a construção de um ambiente enérgico melhor, segundo as lições basilares de Jesus, é que poderemos proteger toda a sociedade e evitar que novos atos hediondos ocorram. Peço a deus que sempre nos guie, por meio da oração e da vigilância. "Escrito com colaboração e através de inspiração amiga" Fonte: http://direitoespirita.blogspot.com.br/2013/02/violencia-e-criminalidade-sob-otica-do.html
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