16ª Mini-Jornada da Família

"O consumismo material e a educação familiar"



ARTIGOS E MENSAGENS

Consumismo e Educação

O homem racional prometeu a modernidade e ela foi cumprida. Vivemos a realidade de grandes avanços na ciência e na técnica: a informática dá possibilidade de contato com o mundo, a globalização aponta caminhos de união entre os povos, as indústrias fabricam maravilhas para os olhos. Muitas coisas “boas” estão aí sendo mostradas e oferecidas pelos veículos de comunicação para a “conquista da felicidade”. E as pessoas se esforçam para acompanhar esse desenvolvimento, porque o homem dito moderno é aquele que busca sê-lo, e o é consumindo o que tem de melhor, e o que é melhor é o mais caro, e o mais caro requer um melhor salário, e o melhor salário requer o melhor emprego, e o melhor emprego requer a melhor formação, e a melhor formação requer a melhor escola... E é dessa forma que podemos observar na modernidade o outro lado da moeda: pessoas alienadas, estressadas, angustiadas, deprimidas, consumistas e indiferentes à consciência. E, nesse caminho, muitas vezes de difícil volta, envolvem-se nas drogas, na prostituição, na violência. Em troca, ou como resposta, obtêm a indiferença, a discriminação, a marginalização, a prisão.

Ter dinheiro para comprar o que a gente gosta é bom. Quem não gosta de comprar uma roupa nova, um perfume, uma joia? Todo mundo fica feliz quando pode comprar o que gosta. Porém existe uma diferença entre comprar o que se gosta e comprar o que se precisa. Muita gente tem mania de comprar coisas, mesmo quando não precisa delas. É a isso que chamamos de consumismo. Pessoas consumistas têm o desejo de comprar tudo o que veem nas lojas e, mesmo podendo comprar tantas coisas, estão sempre insatisfeitas. O consumismo leva as pessoas a ficarem doentes de corpo e de alma. De corpo porque o meio ambiente já não é mais o mesmo: áreas devastadas, ar e água poluídos, alimentos intoxicados. De alma porque os valores de espírito (os de caráter, como a humildade e a simplicidade, por exemplo) foram substituídos por valores materiais. As aparências mostradas através das marcas e dos rótulos mascaram a essência e fazem com que se busque ser feliz consumindo.

Se fizermos um levantamento das coisas que temos dentro de nossa casa das quais realmente necessitamos, descobrimos que muitas são descartáveis, ou seja, podemos viver perfeitamente bem sem elas. E se olharmos para dentro de nós mesmos e nos perguntarmos quantas vezes paramos para refletir sobre nossos atos, sobre nossa relação com os filhos e com todos que nos rodeiam podemos descobrir que o que realmente importa não possuímos.

Desgastamo-nos em busca de coisas supérfluas, que custam dinheiro, e esquecemo-nos de obter o que de mais maravilhoso existe para nossa saúde e que pode ser encontrado dentro de nós mesmos, sem custo algum.

O que me levou a escrever sobre isto foi um fato observado outro dia num supermercado: a filha insistentemente pedia à mãe algo além do que já havia no carrinho. A mãe, para minha surpresa e admiração, ponderou: - Filha, tu lembras o que conversamos em casa? Tudo o que temos aqui é o de que precisamos. Planejamos juntas, não foi? Vamos anotar para a próxima compra e, se for possível, compraremos. O que você acha? - Tal maneira de conversar, percebi, levou a filha à compreensão, sem ressentimentos. Mais uma vez concluí que o diálogo entre pais e filhos, a família focada em objetivos traçados em parceria devem fortalecer os laços afetivos e desenvolver pessoas calmas, autoconfiantes, compreensivas, menos consumistas, capazes de analisar o que é necessário, fazer escolhas conscientes e torná-las satisfeitas.

Enfim, é no seio da família que se inicia a educação para a vida; é nela que se constrói a base de uma personalidade sadia, esta capaz de enfrentar esse mundo louco em que estamos vivendo. Sem esquecer-se da escola, que, mesmo responsável pelos ensinamentos cientificamente elaborados, não pode ignorar uma educação humanizadora.

Fonte: www.folhaojornal.com.br/consumismo-e-educacao

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