16ª Mini-Jornada da Família
"O
consumismo material e a educação familiar"
DIRETRIZES DOUTRINÁRIAS
O LIVRO DOS
ESPÍRITOS
Tradução de José
Herculano Pires
LIVRO
TERCEIRO - AS LEIS MORAIS
Capítulo
V - Lei de Conservação
IV Necessário
e Supérfluo
715. Como pode o homem conhecer o limite do necessário?
- O sensato o conhece por intuição e muitos o conhecem à
custa de suas próprias experiências.
716. A Natureza não traçou o limite do necessário em nossa
própria organização?
Sim, mas o homem é insaciável. A Natureza traçou limites
de suas necessidades na sua organização, mas os vícios
alteraram a sua constituição e criaram para ele necessidades
artificiais.
717. Que pensar dos que açambarcam os bens da Terra para se
proporcionarem o supérfluo, em prejuízo dos que não têm
sequer o necessário?
Desconhecem a lei de Deus e terão de responder pelas
privações que ocasionarem.
Comentário de Kardec: O limite entre o necessário e o
supérfluo nada tem de absoluto. A civilização criou
necessidades que não existem no estado de selvageria, e os
Espíritos que ditaram esses preceitos não querem que o homem
civilizado viva como selvagem. Tudo é relativo e cabe à
razão colocar cada coisa em seu lugar. A civilização
desenvolve o senso moral e ao mesmo tempo o sentimento de
caridade que leva os homens a se apoiarem mutuamente. Os que
vivem à custa das privações alheias exploram os benefícios
da civilização em proveito próprio; não têm de civilizados
mais do que o verniz, como há pessoas que não possuem da
religião mais do que a aparência.
LIVRO
QUARTO - ESPERANÇAS E CONSOLAÇÕES
Capítulo I -
Das Penas e Gozos Terrestres
I Felicidade e
Infelicidade Relativas
923. O que para um é supérfluo não representará, para outro,
o necessário, e reciprocamente, de acordo com as posições
respectivas?
Sim, conformemente às vossas ideias materiais, aos vossos
preconceitos, à vossa ambição e às vossas ridículas
extravagâncias, a que o futuro fará justiça, quando
compreenderdes a verdade. Não há dúvida de que aquele que
tinha cinquenta mil libras de renda, vendo-se reduzido a só
ter dez mil, se considera muito desgraçado, por não mais
poder fazer a mesma figura, conservar o que chama a sua
posição, ter cavalos, lacaios, satisfazer a todas as
paixões,etc. Acredita que lhe falta o necessário. Mas,
francamente, achas que seja digno de lástima, quando ao seu
lado muitos há, morrendo de fome e frio, sem um abrigo onde
repousem a cabeça? O homem criterioso, a fim de ser feliz,
olha sempre para baixo e não para cima, a não ser para
elevar sua alma ao infinito.
926. Criando
novas necessidades, a civilização não constitui uma fonte de
novas aflições?
Os males deste mundo estão na razão das necessidades
factícias que vos criais. A muitos desenganos se poupa nesta
vida aquele que sabe restringir seus desejos e olha sem
inveja para o que esteja acima de si. O que menos
necessidades tem, esse o mais rico.
Invejais os gozos dos que vos parecem os felizes do mundo.
Sabeis, porventura, o que lhes está reservado? Se os seus
gozos são todos pessoais, pertencem eles ao número dos
egoístas: o reverso então virá. Deveis, de preferência,
lastimá-los. Deus algumas vezes permite que o mau prospere,
mas a sua felicidade não é de causar inveja, porque com
lágrimas amargas a pagará. Quando um justo é infeliz, isso
representa uma prova que lhe será levada em conta, se a
suportar com coragem. Lembrai-vos destas palavras de Jesus:
Bem-aventurados os que sofrem, pois que serão consolados.
927. Não há
dúvida que, à felicidade, o supérfluo não é forçosamente
indispensável, porém o mesmo não se dá com o necessário.
Ora, não será real a infelicidade daqueles a quem falta o
necessário?
Verdadeiramente infeliz o homem só o é quando sofre da
falta do necessário à vida e à saúde do corpo. Todavia, pode
acontecer que essa privação seja de sua culpa. Então, só tem
que se queixar de si mesmo. Se for ocasionada por outrem, a
responsabilidade recairá sobre aquele que lhe houver dado
causa.
933. Assim como,
quase sempre, é o homem o causador de seus sofrimentos
materiais, também o será de seus sofrimentos morais?
Mais ainda, porque os sofrimentos materiais algumas vezes
independem da vontade; mas, o orgulho ferido, a ambição
frustrada, a ansiedade da avareza, a inveja, o ciúme, todas
as paixões, numa palavra, são torturas da alma.
A inveja e o ciúme! Felizes os que desconhecem estes dois
vermes roedores! Para aquele que a inveja e o ciúme atacam,
não há calma, nem repouso possíveis. À sua frente, como
fantasmas que lhe não dão tréguas e o perseguem até durante
o sono, se levantam os objetos de sua cobiça, do seu ódio,
do seu despeito. O invejoso e o ciumento vivem ardendo em
contínua febre. Será essa uma situação desejável e não
compreendeis que, com as suas paixões, o homem cria para si
mesmo suplícios voluntários, tornando-se-lhe a Terra
verdadeiro inferno?
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