16ª Mini-Jornada da Família
"O
consumismo material e a educação familiar"
ARTIGOS E MENSAGENS
Ensine seu filho a
se valorizar pelo que ele é
Os filhos são um
poço sem fim de demandas: eles querem ter coisas, eles
querem fazer coisas, eles querem, eles querem e eles pedem
tudo o que querem sem o menor constrangimento. Alguns são
bastante enfáticos nos pedidos que fazem, outros são
sedutores, e outros, por puro aprendizado, fruto da
observação da atitude dos adultos, são capazes de fazer
chantagens que pegam fundo na alma da maioria dos pais. Mas
o resultado é quase sempre o mesmo: os pais acham difícil
resistir ao pedido que o filho faz. Afinal, quem é que não
quer ver o filho satisfeito e feliz? O problema é que nem
sempre é possível atender a todos os pedidos, principalmente
quando eles se referem - e quase sempre se referem ao
consumo.
Quem é que não conhece pais que já fizeram um esforço imenso
muito maior do que poderiam ou deveriam para comprar um
determinado brinquedo ao filho, para dar a ele uma roupa ou
um calçado de grife, para possibilitar uma viagem especial
ou coisa que o valha? É sobre essa situação que vamos falar
aqui. Ou seja, quando o pedido do filho se transforma em
prioridade ou em meta financeira para os pais, ainda que o
estilo de vida deles não combine com esse pedido.
A criança não vem ao mundo com qualquer noção da realidade
de vida que a espera. Ela deve ser introduzida, por meio da
ação dos pais, aos poucos, à realidade, ao mundo que tem
limites e regras, que exige espera para a satisfação dos
impulsos, que provoca frustrações e que nem sempre permite
que as pessoas tenham boa parte daquilo que está disponível
para o consumo.
Pois bem: se não se defrontar com esses limites desde cedo,
com essas impossibilidades que terá necessariamente de
enfrentar no futuro, a criança vai construir uma imagem
bastante deturpada de si mesma, de sua relação com os pais
e, consequentemente, com a vida. Ela vai achar que os pais
têm a obrigação de fazer tudo, de passar por qualquer
sacrifício para atender suas demandas.
Pode parecer que essa situação tem relação direta apenas com
tudo o que se relaciona ao consumo, porém o alcance dessa
história é muito maior.
Em geral, os pais querem oferecer ao filho tudo do bom e do
melhor e com razão. Essa expectativa é muito positiva,
pois expressa a importância que os pais dão ao filho que
tiveram. Mas acontece que oferecer à criança ou ao
adolescente tudo do bom e do melhor não deve se restringir a
objetos, coisas, produtos, consumo de qualquer tipo. Isso se
refere também e principalmente aos cuidados com a saúde
e a educação do filho. E é bom marcar que educação não se
restringe, por sua vez, à escolarização.
É preciso bastante cuidado para que o filho tenha condições
de aprender a se perceber e a se valorizar pelo que ele é,
pelo que pensa, pela maneira como se relaciona com os outros
e com a vida, e não pelo que ele tem. E isso não é nada
fácil de conseguir com o estilo de vida que adotamos
atualmente. Mas, mesmo com dificuldade, os pais têm muitas
chances de ajudar o filho a crescer valorizando o que há de
humano na vida.
Querer ter coisas é salutar, desde que isso tenha uma medida
a da realidade da pessoa e de suas possibilidades, por
exemplo e desde que não se transforme no aspecto mais
importante da vida da pessoa. As crianças e os adolescentes
são bombardeados diariamente pelo mercado de consumo. Cabe
aos pais a formação para que o filho não sucumba sem crítica
a tais apelos.
Rosely Sayão - Do livro "S.O.S. família"
ROSELY SAYÃO é psicóloga, consultora em educação e autora de
"Sexo é Sexo" (ed. Companhia das Letras); e-mail: roselys@uol.com.br
Fonte:
www.penaestrada.org/consumoconsciente/ensine-seu-filho-a-se-valorizar-pelo-que-ele-e
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