 Exemplos de Atendimento Fraterno CASO 3 ======================== Sexo: Masculino ================ Gostaria de uma palavra amiga, pois estou muito confuso. Meu casamento está acabado; não sinto mais amor pela minha esposa e só conversamos para discutir coisas sem sentido. Estou me preparando para sair de casa. Vou deixá-la com minhas duas filhas na casa e vou para a casa de minha mãe. Preciso de muitas preces e uma orientação. Obrigado por me escutar. ================ Estimado amigo, Que a Paz do Divino Mestre Jesus esteja sempre com você. A união de dois seres em caráter permanente é como um barco que sai do porto dos sonhos em busca do mar da experiência. A manutenção dessa rota é a dedicação de cada um. Ocorre que muitas vezes perdemos a rota antes mesmo de atingirmos os nossos primeiros objetivos, que são os filhos; em outras, são justamente os filhos que nos fazem sair da rota. Em ambos os casos, a Providência Divina, na maioria das vezes, coloca em nossas famílias aqueles que mais necessitam de nosso auxílio ou de quem necessitamos. E é justamente nestes casos que deveríamos ser persistentes, termos fé e coragem para superar as dificuldades. Muitas vezes, porém, falimos por falta de equilíbrio e adiamos importantes compromissos assumidos. Quando as pessoas não conseguem transmitir seus sentimentos, suas aspirações e a sua maneira de ser, há um vácuo no entendimento, levando, em muitos casos, à ruptura dessas relações. O princípio da ação também pesa muito. Quando este princípio é fortemente apoiado em um único fator, a crise é mais acentuada. Observe aqueles que se casam somente pela atração física, por exemplo, ou qualquer outro interesse pessoal momentâneo. Ao surgirem as primeiras dificuldades e responsabilidades naturais que a união traz, fogem atemorizados. A vida a dois, geralmente, tem suas dificuldades, isto porque, na maioria das vezes, são casamentos provacionais, onde Espíritos, muitas vezes antagônicos, têm como prova conviver juntos em uma determinada encarnação com a finalidade de ajustes de existências anteriores e para aprenderem a amar um ao outro. Pela própria natureza da relação, muitos dos que compõe o núcleo familiar são aqueles que falham nesta prova e o convívio passa a ser algo impossível, pois acaba causando muito mais transtornos que a própria separação. A separação, contudo, deixa sequelas em todos os envolvidos. Ela causa dor e sofrimento, mesmo quando ocorre de maneira amigável, pois é o término de uma vida em comum, que teve altos e baixos, experiências boas e ruins, fundamentada em sonhos e projetos. Mesmo quando temos certeza que não existe mais amor, sabemos, a separação nos causa dor e sofrimento, principalmente quando desta união resultou em filhos. Não podemos fazer qualquer tipo de encorajamento para que você tome essa ou aquela decisão, pois isto cabe somente a você, uma decisão que faz parte do atributo fundamental que todos nós temos: o livre-arbítrio. Escolhemos a união por muitos motivos. Agora, devemos escolher o que fazer a partir do estabelecimento dela, e devemos fazê-lo com responsabilidade e ciente dos efeitos que ela causará. Você diz que o seu casamento está acabado e que você já não ama a sua esposa. É importante fazerem uma retrospectiva de tudo o que viveram para compreender porque os sentimentos que antes, eram fortes e reais, transformaram-se ao que sentem hoje um pelo outro. Essa análise é um aprendizado que devem adquirir, independente da direção que desejam seguir. Não existe preparo para uma separação, pelo menos no que se refere à parte emocional e sentimental, pois, por mais que tentemos amenizar os sofrimentos, eles irão ocorrer. Resta apenas analisar se serão compensadores no final. O que você deve ter em mente é que mesmo que venha a separar-se de sua esposa, ainda assim, estarão ligados nesta encarnação até o fim dos dias, pois, como você coloca, existe fruto deste relacionamento. Portanto, independente da decisão que tomar, procure cultivar a amizade e manterem sempre o respeito mútuo para que não venham a sofrer tanto. Sobre este assunto, Vernil Eliseu, escritor espírita, nos faz as seguintes colocações: "ao se casarem, o homem e a mulher firmaram compromisso de se respeitarem mutuamente, de se ajudarem na saúde e na doença, de educarem os filhos, etc. Ao se divorciarem, seja lá qual for o motivo, serão responsabilizados pela falência do casamento na exata medida da contribuição de cada um para que isso acontecesse, segundo as Leis de Deus. No entanto, não devemos nos esquecer que, seja qual for o peso desta responsabilidade, na maioria dos casos, a continuidade do casamento poderia se desdobrar em desentendimentos mais acentuados e que poderiam gerar responsabilidades maiores perante as Leis de Deus. Sob a visão espírita, o ser humano, cujo estágio de pureza espiritual é concernente ao comum do planeta, só está propenso a renúncias neste mesmo valor." Enfim, caro irmão, é necessário que higienizemos o nosso reduto doméstico com o teor vibratório dos nossos pensamentos elevados. Não nos esqueçamos, porém, de pedir forças suplementares para vencermos com nossos maiores esforços as dificuldades que se nos apresentarem. Procure fazer uso da prática da oração,
pedindo ao Pai que o ilumine e o ampare em qualquer que seja a
sua decisão. Leve Jesus para dentro de sua casa, através da
prática do Evangelho no lar. Abra o seu coração e deixe que
Jesus os envolva e passe a distribuir Fé, Amor, Esperança e
Caridade. Faça essa reunião para que não somente você, mas todos
da família, e auxiliares, possam receber os seus benefícios, que
envolvem todo o ambiente doméstico. Segundo Emmanuel, Espírito,
não devemos esquecer a necessidade de trazer o Cristo para o
cenário de amor onde nos refugiamos. Um Roteiro e outros
esclarecimentos sobre o assunto poderão ser encontrados no
seguinte endereço: www.espiritismo.net/nossas_atividades/atendimento_fraterno/evangelho_no_lar. ============================= Para aprofundamento: Livros: Artigo: ============================= Texto para reflexão: Conflitos Domésticos Não nos reportamos ao divórcio para te dizer que essa medida é impraticável. Existem problemas tão profundos, nas resoluções de caráter extremamente particular, que só o entendimento entre a criatura e o Criador, através da reflexão e da prece, consegue resolver. Todavia, se conflitos caseiros te atormentam a vida, faze o possível por salvar a nave doméstica de soçobro e perturbação. Talvez a companheira te haja desconsiderado ou ferido... Provável que o companheiro te haja imposto agravo ou desapreço. Tudo terá começado num pequeno gesto de intolerância. A migalha de amargura imitou a bola e neve, convertendo-se em muralha de fel. Antes, porém, que a réstia de sombra se transforme em nevoeiro, compadece-te e procura compreender o outro coração que se te associa no lar. Quem sabe que a intransigência, a infidelidade, a irritação ou a secura com que te defrontas serão frutos de tua própria frieza, menosprezo, violência ou ingratidão? Pára e pensa. Medita na ternura e no apoio que esperas recolher em casa, a fim de que te não faltem forças na execução dos próprios deveres, no dia-a-dia. Perceberás que indulgência e bondade criam bondade e indulgência, onde surjam. Mudemos a nós mesmos para melhor e aqueles que nos compartilham a estrada não se deterão insensíveis. Planta de novo a alegria e o bem, para que obtenhas o bem e a alegria novamente. Dá e receberás. Ninguém se agrega com alguém nas tarefas de burilamento e de amor, sem motivos justos. E nós que aprendemos a salvar o trigo e a batata, os campos e as fontes, saibamos preservar a nossa união também. Nesse sentido, entretanto, não exijas dos outros a iniciativa para as realizações da harmonia e da segurança. Dá o primeiro passo e os outros se seguirão. (Página recebida pelo médium Francisco
Cândido Xavier, em reunião pública da Comunhão Espírita Cristã
na noite de 1/5/70, em Uberaba, MG) |