Projeto Manoel Philomeno de Miranda

Casos de Atendimento Fraterno reais e presenciais publicados no livro "Projeto Manoel Philomeno de Miranda" para estudo de técnica de abordagem e argumentação.

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PREFÁCIO DO LIVRO

Terapia do amor

As patologias da alma — violência, ódio, ciúme, ressentimento, amargura, suspeita, insatisfação, dentre outras muitas — respondem por incontáveis aflições que aturdem o ser humano.

Alma encarnada, nela se encontram as matrizes do bem como do mal em que se compraz, dando campo ao seu desenvolvimento.

Como efeito, as alegrias e as dores que se exteriorizam somente podem ser erradicadas quando trabalhadas nas suas raízes causais.

Interpenetrando todas as células e assenhoreando-se dos equipamentos orgânicos, que passa a comandar, a alma ou Espírito encarnado imprime nos elementos físicos os conteúdos vibratórios que lhe são peculiares, característicos do seu estágio de evolução.

Os sofrimentos humanos de qualquer tipo são manifestações dos distúrbios profundos que remanescem no ser espiritual, desarticulando os sensores emocionais e a harmonia vibratória que vige nas células, o que faculta a instalação das enfermidades.

O ser humano é, em qualquer situação, aquilo a que aspira, a irradiação do que sente, os interesses que cultiva.

Aferrado à conduta primitiva, reagindo mais por instinto do que agindo pela razão, permite que as deficiências internas se expressem em forma de problemas que se exteriorizam perturbadores.

O valioso contributo da Medicina acadêmica, quando não acompanhado por um bom relacionamento médico-paciente, resulta incompleto para atingir as causas excruciantes das doenças e angústias.

Certamente, na maioria das vezes, minora a dor, aparentemente vencendo-a; mas, porque não alcança a alma enferma, eis que ela reaparece sob outras expressões, produzindo sofrimentos.

O conhecimento do ser imortal, da sua preexistência ao berço e sobrevivência ao túmulo, torna-se indispensável para qualquer cometimento terapêutico em relação aos problemas e dores humanos.

Por isso mesmo, a terapia do amor é de vital importância, envolvendo o paciente em confiança e ternura, ao mesmo tempo esclarecendo-o quanto à sua realidade e constituição espiritual.

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O atendimento fraterno tem como objetivo primacial receber bem e orientar com segurança todos aqueles que o buscam.

Não se propõe a resolver os desafios nem as dificuldades, eliminar as doenças nem os sofrimentos, mas propor ao cliente os meios hábeis para a própria recuperação.

Apoiando-se nos postulados espíritas, o atendimento fraterno abre perspectivas novas e projeta luz naqueles que se debatem nos dédalos das aflições.

Mediante conversação agradável, evitando-se atitudes de confessionário, o atendente fraternal deve saber desviar os temas que incidem nos vícios da queixa, da lamentação, da autopunição, demonstrando que o momento de libertação e paz está chegando, mas a ação para o êxito depende do próprio paciente, que deve iniciar, a partir desse momento, o processo de autoterapia.

Concomitantemente, o atendimento fraterno, em razão dos propósitos que persegue e das circunstâncias em que ocorre, faculta aos Espíritos nobres adequado socorro ao cliente, que deverá permanecer receptivo ao mesmo.

Nessa ocasião, tem início a ação fluídica, o auxílio bioenergético, a inspiração, que lhe propiciarão a mudança de clima mental, de psicosfera habitual, facultando-lhe a transformação interior para melhor e a rearmonização da alma que interagirá na aparelhagem orgânica.

Preparar-se bem, psicológica e doutrinariamente, faz-se imprescindível para o desempenho correto do mister a que o atendente fraterno deseja dedicar-se.

Ao lado desses requisitos cabe-lhe desenvolver o sentimento de amor, embora vigiando-se para evitar qualquer tipo de envolvimento emocional, jamais esquecendo a fraternidade gentil e caridosa como recurso hábil para a desincumbência da tarefa a que se propõe.

O atendimento fraterno na Casa Espírita é de vital importância, para que todo aquele que lhe busque a ajuda, seja orientado com
equilíbrio, guiando-o para o labor de auto-iluminação.

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Encontramos, neste livro, diretrizes sábias e cuidadosamente estabelecidas para um correto desempenho da atividade fraternal no
atendimento aos necessitados e desconhecedores da Doutrina Espírita, oferecendo-lhes apoio e esclarecimentos lúcidos para o autodescobrimento, a autolibertação.

Confiamos que esta contribuição dos companheiros estudiosos que constituem o Projeto Manoel Philomeno de Miranda, atinja a finalidade a que se destina, auxiliando aos trabalhadores sinceros do Movimento Espírita, que se candidatam a ajudar, na Instituição onde mourejam.

Salvador, 15 de dezembro de 1997
Joanna de Ângelis
(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco na sessão mediúnica da noite de 15/12/1997, no Centro Espírita Caminho da
Redenção, em Salvador, Bahia)