Projeto Manoel Philomeno de Miranda

Caso 2

Conclusão Surpreendente: “A culpa é minha”

NARRATIVA

Estava casada há cerca de 15 anos; sempre vivera em clima de compreensão e entendimento com o marido. Tinham 3 filhos menores que completavam a felicidade relativa possível de conquistar-se na Terra.

E acrescentava: — “Meu casamento foi estruturado dentro de uma amizade sólida e recíproca. Subitamente continuou a narrativa começaram a surgir os desentendimentos e discussões por assuntos de somenos importância, grosserias inoportunas de parte a parte. Os atritos se intensificaram de tal forma que as ameaças de separação começaram a surgir. Eu estava mais do que convencida de que tudo que vinha acontecendo era culpa do meu esposo. Foi nessas circunstâncias que procurei esta Casa e o atendente fraterno que me recebeu, ouviu-me atentamente, iluminou minha consciência, salvando-me de desastre iminente. Ele me orientou mais ou menos nestes termos, prescrevendo-me, verdadeiramente, uma medicação de efeito moral surpreendente:

“O Espiritismo ensina que durante a existência corporal poderemos adquirir um hábito muito saudável para o autoconhecimento. No final do dia, antes do sono reparador, fazermos uma revista nos acontecimentos diários para uma avaliação do nosso comportamento pessoal de referência aos semelhantes. E quando tivermos dúvidas quanto ao mérito de algumas de nossas atitudes ou ações, nos colocarmos no lugar do outro, nosso interlocutor ou da pessoa com quem nos relacionamos, invertendo os papéis, ficando ele no nosso lugar e nós no dele. e perguntarmos: “Como eu gostaria que ele procedesse em relação a nós?” Essa técnica ajuda-nos, e muito — afirmou-me o atendente fraterno — “a afastarmos as máscaras de nossa personalidade, os disfarces do ego, nem sempre verdadeiro e coerente, ajudando-nos a assumir um comportamento psicológico mais saudável. Tente — disse-me ele fazer a sua auto-análise, colocando em foco o relacionamento com seu marido e descubra por si mesma quem está concorrendo para essa situação preocupante, e até que ponto. Vou encaminhá-la para a terapia pelos passes e, se for do seu agrado, freqüente as reuniões doutrinárias do Centro, onde encontrará o apoio e a inspiração para ajudá-la nessa transição difícil”.

“Pois bem — rematou aquela senhora: coloquei em prática a orientação recebida, na sua totalidade, e obtive um resultado magnífico. Com o exercício de auto-análise comecei a perceber a presença, em minha mente, de pensamentos desagregadores, hostis, ficando surpresa, sobretudo diante daquele desejo mórbido, compulsivo de acabar com o casamento, fato inadmissível para mim, em sã consciência. Tudo isso acompanhado de mal-estar físico e emocional; à medida que recebia os benefícios dos passes e ouvia as palestras doutrinárias ia, gradativamente, percebendo que a maior culpa cabia a mim, em
decorrência de reações emocionais incontroladas que, não sei como, se instalaram em mim.

Passei a fiscalizar os pensamentos, procedi a mudanças de atitude na forma de tratar o marido e, no momento oportuno, pedi que me perdoasse, pois descobri que não estive procedendo corretamente. Diplomaticamente, para aliviar o constrangimento reinante, o esposo também se desculpou e selamos o término do desajuste conjugal de uma forma muito carinhosa.

“Eu estou exultante de felicidade. Aqui venho para agradecer as graças recebidas nesta Casa. Muito obrigada, de coração.”

Eu só ouvia. E, agora, estava ali participando daquele momento feliz, sem ter nada a dizer, nada a orientar, agradecendo, também, a Deus, a bênção do serviço.

COMENTÁRIO

Nesse episódio familiar diagnostica-se com facilidade a presença da indução obsessiva, aparecendo sem a percepção da hospedeira, caracterizada por indisposição agressiva contra o próprio marido, sem motivo aparente. O Atendimento Fraterno se insere perfeitamente como terapia desobsessiva eficiente para esses casos.

Do livro "Atendimento Fraterno"
Autor: Projeto Manoel Philomeno de Miranda
Editora: Livraria Espírita Alvorada Editora