![]() Projeto Manoel Philomeno de Miranda Caso 1 Desajuste psicológico agravado por componente obsessivo
NARRATIVA Depois de acolhido, o apelante expõe o problema, falando espontaneamente: Estou desesperado. O meu filho, 2º ano de Engenharia Química, está prestes a perder o semestre em decorrência de desajustes psicológicos intermitentes, de certa gravidade. Depois de muita persuasão, consegui encaminhá-lo ao psicoterapeuta. Já se passaram vários meses de tratamento sem um resultado satisfatório. Os sintomas continuam: melancolia, inibição, depressão nervosa, com momentos de agressividade. Depois dessas crises volta ao normal e passa a ter comportamento adequado. Mas as crises retornam deixando a família aflita. Somos de família católica, e não temos preconceito religioso. Estou recorrendo ao Espiritismo como uma tábua de salvação. ORIENTAÇÃO Naturalmente que é para o seu filho, em primeiro lugar, que o senhor está pedindo ajuda, pois não fora a situação que ele está vivendo e o senhor estaria bem. E está certo em buscar ajuda, lutar o quanto pode por aquele a quem ama. Pelo exposto, seu filho está acometido de uma problemática cujas raízes se encontram na mente, agravada por um componente obsessivo influência de Espíritos doentes pormenor este que não lhe deve ser passado, por enquanto, para não o inquietar, piorando ainda mais a situação. Devo dizer-lhe que o ideal seria que ele mesmo viesse ao Atendimento Fraterno para que nós o ouvíssemos, inteirando-nos de detalhes e impressões que, esclarecidos, poderão ajudá-lo a libertar-se da constrição que o oprime e a se predispor para o tratamento espiritual que precisa fazer. Ainda porque, em todo e qualquer processo de ajuda, não se pode prescindir da boa-vontade da pessoa carente, que deve caminhar nesse sentido. O mais importante, no momento, é que o senhor se empenhe, como fez antes para levá-lo ao terapeuta, a fim de trazê-lo aqui. Nesse sentido, poderia o senhor mesmo freqüentar algumas reuniões públicas em nossa Casa, conhecer o nosso trabalho e, assim, poder passar pare ele, nos momentos de lucidez, as suas impressões. Afianço-lhe, todavia, que o seu esforço de persuasão tem um limite, pois não haveria benefício algum em trazê-lo sob um estado de tensão intensa decorrente da resistência em vir, o que determinaria dificuldades outras para ele ser ajudado. Eu me permito a liberdade de sugerir que o invista no próprio crescimento, porque assim poderá ajudar o seu filho. E ninguém melhor do que um pai para ajudar um filho. Uma providência importante a ser tomada, seria intensificar a prática da oração no lar. Embora eu saiba que, como católico, o senhor ora, há uma metodologia que nós, espíritas, chamamos Evangelho no Lar, que é muito valiosa para pacificar o ambiente doméstico facilitando o retorno do equilíbrio. Leve esses apontamentos para a sua reflexão e, se decidir, mais adiante, implantar o Evangelho em sua casa, nós teremos o prazer de ensinar-lhe como fazer. Deixe o nome de seu filho para a vibrações espirituais a distância para que o incluamos em nossas orações. Conserve a sua paz. COMENTÁRIO Na questão do Atendimento Fraterno, o atendente funciona como um facilitador, redirecionando a mente da pessoa com as informações preciosas do pensamento espírita e dos ensinamentos evangélicos, para estimular o desejo, que deve prevalecer, de encontrar o caminho de uma construção de ajuda mediante a iniciativa própria. A orientação espírita é bem realista: não se pode arrastar ou obrigar ninguém a submeter-se a um processo de aconselhamento psicológico se o interessado não deseja ser ajudado. Aliás, essa é a opinião do psicoterapeuta Hanna Wolff, afirmando no seu livro Jesus Psicoterapeuta, que nunca conseguiu êxito fazendo terapia de análise com pacientes induzidos por terceiros a procurá-la. Todas as orientações prodigalizadas foram sempre infrutíferas. Talvez, no fato de o filho do consulente ter ido à terapia psicológica com grande resistência, esteja a causa do insucesso do tratamento a que ele foi submetido. Nesse particular, recorrendo ao Psicólogo por Excelência, Jesus-Cristo, conforme os registros evangélicos, sempre que O buscavam para a solução de problemas do corpo e da alma, Ele sempre inquiria: - Queres ser ajudado? Isso significa que, o primeiro passo exige iniciativa, vontade e fé, valores que não se podem transferir a outrem. Fundamental, portanto, que haja uma decisão voluntária, um mínimo de compromisso pessoal. É preciso o estritamente necessário, um sentido íntimo, dizendo: Eu quero ser ajudado.
Do livro "Atendimento Fraterno" |