Exemplos de Atendimentos

CASO 8

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==[ Pergunta ]==
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Gostaria de saber como a Doutrina Espírita interpreta o fenômeno que ocorre nas igrejas evangélicas em que os membros começam a falar em uma língua completamente desconhecida, até mesmo por eles, o que eles chamam de "a língua dos anjos". Desde já, muito obrigada, sou muito grata a este portal porque através das indicações e auxílio que recebi por ele me sinto muito melhor.

Paz!

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==[ Resposta ]==
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Cara irmã,

Que Jesus, amigo incondicional de todos nós, envolva-lhe em Sua paz.

Agradecemos pelo seu contato e confiança, e ficamos contentes por você, ainda bem jovem, já ter interesse em estudar e compreender os assuntos relativos à espiritualidade. Com certeza, isso lhe proporcionará crescimento interior e sabedoria para a vida. Aproveite bem o tempo!

O fenômeno chamado em algumas igrejas de "dom de línguas", partindo do princípio de que o fenômeno é legítimo, com base na narrativa do Ato dos Apóstolos, Cap. 2, v. 1 a 4, da Bíblia, em que pessoas falam em outros idiomas, é estudado pela Doutrina Espírita como mediunidade poliglota. Allan Kardec menciona essa faculdade em “O Livro dos Médiuns”, Cap. XVI (item 191), quando define médium poliglota. (http://migre.me/fhsd5)

Essa faculdade também tem outra denominação: xenoglossia. O pesquisador espírita que publicou um livro exclusivamente sobre esse assunto foi Ernesto Bozzano, dando à obra o título com o mesmo nome: "Xenoglossia". Se você fizer uma pesquisa no Google utilizando o nome do autor e o título do livro, encontrará sites disponibilizando essa obra para download.

A esse respeito, no artigo “Xenoglossia”, de Clarice Pachego Balejos, temos:

“Conforme Ernesto Bozzano, pesquisador da metapsíquica, informa, na Introdução de seu livro ‘Xenoglossia’, que o termo foi criado pelo fisiologista Charles Robert Richet para identificar o fenômeno no qual pessoas falam em línguas que eles e, geralmente, o público presente ignoram, porém que se tratam de línguas existentes hoje ou que existiram no passado. Richet teve o intuito de distinguir de modo preciso, a mediunidade poliglota propriamente dita, pela qual os médiuns falam ou escrevem em línguas que eles ignoram totalmente e, às vezes, ignoradas de todos os presente, dos casos afins, mas radicalmente diversos, de “glossolalia”, nos quais os pacientes sonambúlicos falam ou escrevem em pseudolíngua inexistentes, elaboradas nos recessos de suas subconsciências, pseudolínguas que não raro se revelam orgânicas, por serem conformes às regras gramaticais.
(...)”

A apostila “Estudo e Prática da Mediunidade” (Federação Espírita Brasileira) endossa essa situação afirmando que “(...) É importante distinguir mediunidade poliglota ou de xenoglossia das manifestações incoerentes da glossolalia. Glossolalia (glosso= língua; lalia= balbucio) é a repetição de colocações sem sentido, não-relacionadas ao assunto ou situação envolvida. São balbucios que simulam sons ou ruídos de uma língua estrangeira, porém, são totalmente ininteligíveis. É muito comum em processos obsessivos graves (fascinação e subjugação).”.

Nos tempos atuais, devemos considerar a banalização do uso de faculdades mediúnicas, nesse caso, xenoglossia, como prática religiosa/ritualística comum, bem como considerar a glossolalia, mencionada acima.

Finalmente, a referência bíblica traz um fundamental critério de segurança:

1 Coríntios 14:22
“De sorte que as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis; e a profecia não é sinal para os infiéis, mas para os fiéis.”

Nesse caso, estão fazendo uso de algo que deveria ser direcionado apenas aos descrentes.

1 Coríntios 14:26-28
“Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.
E, se alguém falar em língua desconhecida, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete.
Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus.”

Nessa segunda citação, vemos o contraste com as práticas atuais que tem uso mais impressionista que doutrinário (Doutrina Cristã).

Ao final indicamos material para maior aprofundamento.

Esperamos ter sido úteis e que você continue realizando seus estudos e aprendendo sempre mais! Muita paz!

Que Deus abençoe nossos propósitos de entendimento.

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Complemento:

Artigo “Xenoglossia”, de Clarice Pachego Balejos (completo) – http://www.mundoespirita.net/xenoglossia.html.

Apostila “Estudo e Prática da Mediunidade – Programa II”, página 169 – http://migre.me/fhs6n.

Caso deseje assistir alguns vídeos muito esclarecedores acerca da relação Espiritismo e Bíblia, recomendamos que procure no Youtube pelo pesquisador, professor e escritor espírita "Severino Celestino". Recomendamos assistir, por exemplo, os vídeos:

1. Espiritismo - Comunicação Mediúnica - Condenação Bíblica - Falsidade ideológica (Severino Celestino)
Parte 1 de 3: http://www.youtube.com/watch?v=8tCFE4Ktcp4
Parte 2 de 3: http://www.youtube.com/watch?v=C5O6sLtz9dc
Parte 3 de 3: http://www.youtube.com/watch?v=ABxscQ7Csvk

2. Abrindo a Bíblia - Médiuns, Visões, Sonhos e Vozes (Severino Celestino)
http://www.youtube.com/watch?v=Ljz3_-KxXCQ